Deus
quer remover o entulho que impede a obra de reavivamento e reforma
A
estrada da vida cristã expõe os caminhantes a vários desafios: sofrimento,
desprezo, renuncia e sacrifício. Diante desses obstáculos, muitas pessoas
desistem da caminhada, ao passo que a Bíblia descreve essas dificuldades como
fatores de crescimento: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o
fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé
produz perseverança” (Tg 1:, 3, NVI)
Por
outro lado, há empecilhos que devem ser removidos o quanto antes, sob a pena de
continuar comprometida “a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades”:
reavivamento da verdadeira piedade (Ellen White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p.
121).
Após
a assembleia de Atlanta, realizada em julho de 2010, líderes adventistas
começaram a falar sobre a necessidade de reavivamento e reforma. Essa iniciativa
foi vista como “uma luz no fim do túnel”. Mas decorridos quase dois anos, o cenário
espiritual da igreja parece não ter mudado muito. Mesmo assim, há sinais de que
uma parcela de líderes e membros da igreja está buscando o poder do alto. Isso é
motivo de alegria. Contudo, precisamos estar atentos à seguinte advertência de
Ellen G. White: “Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de
Deus desimpeça caminho mediante a remoção
do obstáculo, de modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma igreja
debilitada e uma congregação impenitente” (ibid., p. 124).
Temos
anda muitos obstáculos a vencer, os quais fazem com que a maioria dos professos
seguidores de Cristo continue como “ossos secos” (Ez 37) no vale laodiceano. É
constrangedor escrever sobre esse tema, mas o senso do dever fala mais alto.
1.
Divisões – “Divisões, e até amargas dissensões que infelicitariam qualquer
comunidade mundana, são comuns nas igrejas, porque há pouco esforço para
controlar os sentimentos errôneos e reprimir toda palavra de Satanás se possa
aproveitar” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 123). Alguém poderia dizer: “Ellen
G. White descreve aqui uma situação que não mais existe.” Mas o que ela diria
sobre a condição da igreja hoje?
2.
Orgulho – Santo Agostinho disse: “O orgulho não é grandeza, mas inchaço. O que
está inchado parece grande, mas não tem saúde.” Quem se orgulha de talentos,
cargos e posições não pode receber o Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Tenham uma
mesma atitude uns para com os outro. Não sejam orgulhosos, mas estejam
dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos
seus próprios olhos” (ROM 12;16, NVI). Certa vez, Ellen G. White exclamou: “Ai,
que orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário,
à frivolidade e ao divertimento, que desejo de supremacia!” (Ibid., p. 125).
3.
Poder – Um dos grandes obstáculos à recepção do poder divino é o apego ao poder
humano. Lamentavelmente, o Espírito Santo tem esbarrado nessa muralha. Os que
gostam de mandar não estão capacitados para amar. Com muita propriedade, alguém
afirmou: “Quanto mais mandamos, menos amamos; quanto mais amamos, menos
mandamos.” A igreja não é um lugar para pessoas mandonas, mas para servos
abnegados. É perigoso exercer poder sem o poder celestial.
4.
Mundanismo – Por falta de entrega total ao poder do Espírito Santo, está se
desenvolvendo entre nós uma geração “papel-carbono”: tudo de copia. Muitos incorporam
os costumes do mundo na música, no vestuário, no estilo de vida. Às vezes, não
se vê nenhuma distinção, porque a linha divisória se perde na mistura.
Ellen
White pergunta: “Ó meus irmãos, vocês entristecerão o Espírito Santo e darão
lugar a que Ele Se afaste? Deixarão fora o bendito Salvador, por não estarem
preparados para Sua presença?” (Ibid., p. 126).
Algumas
vezes, os quatro empecilhos mencionados acima ficam ocultos sob um falso manto
de piedade!
Diante
desse cenário, procuremos um lugar a parte e abramos o coração a Deu. Peçamos a
Ele que remova de nossa vida o orgulho, a ambição de poder, a discórdia e o
mundanismo. Não nos contentemos que o Espírito Santo com a religião do faz-de-conta.
Permitamos que o Espírito Santo realize uma obra extraordinária em nossa vida. “A
reforma não trará o bom fruto da justiça a menos que seja ligada com o
reavivamento do Espírito” (p. 128).
Não
permitamos que a chama da espiritualidade se apague. Pela graça de Deus,
saiamos das cinzas do indiferentismo a fim de brilhar por Jesus no lar, na
igreja e na comunidade!
RUBENS LESSA, editor da Revista Adventista