sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Adventistas do nordeste mobilizados contra violência e bullying


Recife, PE [ASN] Neste último sábado, 27, milhares de adventistas de todo nordeste, em centenas de cidades do interior e em todas as capitais da região foram às ruas em passeatas e carreatas, com faixas, cartazes, folhetos, revistas, trios elétricos, manifestando-se contra a violência, em especial o bullying. Nos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba mais de 300 igrejas realizaram o programa. Como em João Pessoa, capital da Paraíba, aproximadamente duas mil pessoas marcharam pela principal orla marítima da cidade. Os adventistas paraibanos envolveram-se nesta campanha de forma intensa, porque segundo uma pesquisa feita no final de 2010, com 6.780 mil alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de todo o país, João Pessoa é a primeira capital no ranking do Nordeste e a sexta no quadro nacional onde o bullying é mais frequente.

Em Salvador, capital da Bahia, cerca de 1200 pessoas acompanharam um mini trio-elétrico que estendia o convite aos moradores da localidade para uma grande concentração mais adiante. Gilson Lopes é morador e líder comunitário do bairro de Mussurunga, na capital baiana, e além de acompanhar parte da caminhada, elogiou o trabalho realizado, "essa é uma ótima oportunidade para alertar a sociedade sobre o assunto. Deveria ocorrer com mais frequência, organizadas não só pela igreja de vocês, mas por outras instituições que prestam serviços à comunidade". Estiveram presentes também autoridades políticas como o deputado estadual Deraldo Damasceno. A professora Rione Carvalho, líder do departamento responsável pela assistência às mulheres e organizadora do evento, em Salvador, ao falar sobre sua impressão do impacto na população disse que “enquanto seguíamos no cortejo a população que não acompanhava, assistia das casas e apartamentos e nos acenavam e aplaudiam pela iniciativa”. Das 368 igrejas adventistas da Grande Salvador, 90% estiveram envolvidas nas atividades do tipo. As unidades que não participaram das passeatas realizaram workshops, fóruns e seminários nas dependências dos próprios templos, demonstrando ação social pela sociedade baiana.

Em Pernambuco várias cidades do interior e bairros da capital puderam perceber a manifestação adventista contra a violência. Estima-se que mais de 10 mil pessoas em todo o estado foram às ruas, com participação das escolas adventistas da região que também se mobilizaram para o manifesto contra a violência escolar, com participação de pais e alunos. Além de falar sobre o bullying, a Igreja Adventista criou uma estratégia para ajudar as vítimas. Segundo Pedro Neto, pastor da Igreja Adventista do Arruda em Recife, “profissionais foram disponibilizados para através da igreja e da escola adventista prestar auxílio psicológico gratuito para todos aqueles que foram afetados pelo bullying”. Alunos pernambucanos de escolas municipais, órgãos públicos e entidades sociais também participaram em algumas cidades.

Escolas Adventistas de Maceió-AL, fazem passeata contra o bullying.
Segundo a promotora de justiça em Maceió, Salete Adorno, “quem sofre com o bullying é perseguido, humilhado, intimidado e, isso não deve ser encarado como brincadeira de criança. Precisamos contra-atacar”. Foi com este espírito de ajuda que cerca de 5 mil adventistas foram para as ruas de Maceió, capital de Alagoas. A passeata contou com o apoio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) que abriu caminho para o trio-elétrico que anunciava o propósito do evento em favor da paz nas escolas, lares e asilos. O estudante Geobonny Simões, que sofreu bullying na antiga escola, participou da passeata junto com a escola adventista de Maceió, e disse "estou aqui para quebrar o silêncio junto ao colégio adventista que me acolheu tão bem! Só quem já foi vítima de preconceito, sabe o mal que isso faz ao psicológico", relatou emocionado.

Em Fortaleza, capital do Ceará, uma passeata pelas principais ruas e avenidas do centro da cidade reuniu mais de 1100 pessoas. Entre os participantes estavam líderes e clubes de Desbravadores e Aventureiros e membros de diversas igrejas. No centro histórico da cidade, profissionais das áreas de Direito, Pedagogia e Assistência Social orientaram a população sobre bullying. Ana Carla, 44 anos, residente na Vila União, tem filhos em idade escolar e desconhecia as consequências do bullying. Ela agradeceu as informações e declarou “agora posso orientar melhor os meus filhos”.

O ato público foi encerrado com a apresentação da Turma do Nosso Amiguinho para centenas de crianças presentes no centro de Fortaleza. Elas ainda receberam uma revista em quadrinhos com orientação em linguagem infantil sobre o tema. Em todo nordeste, estima-se que mais de meio milhão de impressos sobre o tema foram distribuídos. No Ceará a ação contou com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado, Polícia Militar e SENAC.

O evento chamou atenção da mídia local, não só em Pernambuco, mas na Bahia, Ceará, Paraíba e outros estados, gerando matérias nos principais jornais, sites e telejornais exibidos pela Rede Globo e outras redes de televisão.

A campanha “Quebrando o Silêncio” é uma iniciativa que oferece informações e soluções para quem é vítima e, procura também, dar oportunidades de resgate para quem é agressor. O projeto já abordou a violência que é cometida contra as mulheres, as crianças e, mais recentemente, contra os idosos. Para dar suporte a campanha, entre 2002 e 2010, 800 mil revistas “Quebrando o Silêncio”, 400 mil revistas para o público infantil, além de folhetos, panfletos e folders que totalizaram quase quatro milhões e 700 mil unidades foram elaboradas e distribuídas em toda a América do Sul. [Equipe ASN, Franck Oliveira, Glória Rafaella, Ariston Júnior, Rebbeca Ricarte, Vanessa Lima, Herbert Cleber, Diego Barreto, Gilson Lobato]

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